Roteiro Pelos Bálcãs: Eslovênia, Croácia, Bósnia & Herzegovina e Montenegro
Está planejando uma viagem para os Bálcãs? Aqui você vai encontrar dicas para montar um roteiro de 14 dias, passando por 4 países e 15 cidades diferentes: Ljubljana, Bled, Zagreb, Slavonski Brod, Sarajevo, Mostar, Blagaj, Dubrovnik, Kotor, Perast, Ston, Split, Zadar, Plitvice e Rovinj.
Ahh, os Bálcãs! Essa região tão singular da Europa, com cenários que parecem saídos diretamente de um filme e com histórias que marcam e inspiram qualquer viajante que se disponha a entender um pouco mais das culturas que ali habitam.
Neste roteiro dia a dia pelos Bálcãs, cobrirei algumas das principais cidades, que são mais do que incríveis. Além disso, vou te contar as minhas experiências em cada lugar e te auxiliar na programação da sua viagem. Então, vem comigo!
- O que são os Bálcãs?
- Como Cheguei nos Bálcãs
- Mapa do Roteiro nos Bálcãs
- Quando Viajar Para os Bálcãs
- Transporte nos Bálcãs
- Roteiro Dia a Dia da Viagem aos Bálcãs
- Dia 1 – Trieste / Ljubljana
- Dia 2 – Ljubljana / Bled / Ljubljana
- Dia 3 – Ljubljana / Zagreb
- Dia 4 – Zagreb
- Dia 5 – Zagreb / Slavonski Brod /Sarajevo
- Dia 6 – Sarajevo
- Dia 7 – Sarajevo / Mostar
- Dia 8 – Mostar / Blagaj / Dubrovnik
- Dia 9 – Dubrovnik
- Dia 10 – Dubrovnik / Kotor / Perast / Dubrovnik
- Dia 11 – Dubrovnik / Ston / Split / Zadar
- Dia 12 – Zadar / Plitvice / Rovinj
- Dia 13 – Rovinj
- Dia 14 – Rovinj / Veneza
- Vídeos da minha viagem pelos Bálcãs
O que são os Bálcãs?
Bálcãs é o nome dado a uma região do sudeste da Europa que se estende da Sérvia até o Mar Negro e que tem como parte os países ao redor da cordilheira dos Bálcãs.
Ademais, é uma região muito reconhecida por ter sido palco de aonde se formou a antiga Iugoslávia (uma república socialista da região balcânica, que existiu durante a maior parte do século XX).
Nesse sentido, não é à toa que sua história foi marcada por diversos conflitos: tanto externos, quanto dentro dos próprios grupos e países que o constituíam. O que traz ao visitante que se aventurar por essa região, uma carga enorme de história e aprendizados com o seu resiliente povo.
Como Cheguei nos Bálcãs
Iniciei a viagem por Veneza. A princípio você pode até se perguntar “qual o sentido de começar pela Itália?!” e eu te respondo: iniciar pela Itália é uma opção muito interessante, pela proximidade com Bálcãs e pela disponibilidade e valores de voos diretos saindo do Brasil.
Se você também quiser desvendar Veneza comigo, tenho esse post aqui, que conto detalhes sobre a cidade.
De Veneza, peguei um ônibus da Flixbus na Rodoviária de Tronchetto (conexão 540) rumo à Trieste (viagem que durou cerca de 3h30m). Essa cidade italiana é lindíssima e fica bem próxima à fronteira com a Eslovênia. Logo, você pode conferir mais sobre Trieste neste post aqui.
Saindo de Trieste, seguimos diretamente em um ônibus da cia Hello Austria (recentemente comprada pela Flixbus) para Ljubljana, capital da Eslovênia, em um trajeto de, aproximadamente, 1h30m.
Para ajudar no seu planejamento na hora de estudar os trechos ou caso queira ter outras opções de companhias de ônibus para esse roteiro, você pode fazer como eu e pesquisar os trajetos disponíveis (de trem ou avião também) em toda a Europa, com antecedência, acessando aqui.
Agora sim, depois de uma passadinha pela Itália, finalmente chegamos ao destino que viemos falar: Os Bálcãs.
Mapa do Roteiro nos Bálcãs
Primeiramente, é bom saber que esse roteiro nos Bálcãs passa por cidades mais turísticas e outras nem tanto, mas que são igualmente muito ricas em belezas, cultura e história. Dessa forma, o planejamento dia a dia da viagem foi o seguinte:
- Trieste / Ljubljana
- Ljubljana / Bled / Ljubljana
- Ljubljana / Zagreb
- Zagreb
- Zagreb / Slavonski Brod / Sarajevo
- Sarajevo
- Sarajevo / Mostar
- Mostar / Blagaj / Dubrovnik
- Dubrovnik
- Dubrovnik / Kotor / Perast / Dubrovnik
- Dubrovnik / Ston / Split / Zadar
- Zadar / Plitvice / Rovinj
- Rovinj
- Rovinj / Veneza
Antes de embarcar, não esqueça de fazer o seu Seguro de Viagem. Ele é obrigatório nas viagens para a Europa e há exigência de cobertura mínima de 30.000 euros. Usando o buscador da Seguros Promo você encontra os melhores preços.
Quando Viajar Para os Bálcãs
Fiz a viagem no final de maio, durante a primavera. Considero esse um dos melhores períodos para conhecer a região dos Bálcãs. Afinal, a temperatura ainda está amena (apesar de termos vivido dias bem mais quentes do que esperava por lá).
Outro ponto interessante dessa época, são os dias longos. A noite começa a chegar por volta das 21h, o que faz os dias e passeios renderem mais.
Também é de se levar em conta que, como ainda não é o pico da alta temporada (julho, agosto e setembro sendo os meses de pico), os preços estão mais em conta e as cidades e seus pontos turísticos estão mais vazios.
O que levar na mala para a Primavera nos Bálcãs
Mala para os Bálcãs na Primavera: roupas leves e frescas para as cidades, roupa de banho, tênis confortável para caminhar, roupa esportiva para possíveis trekkings. Além disso, lembre-se de levar um casaquinho e uma calça, pois a noite tende a esfriar um pouco.
Transporte nos Bálcãs
Parte do trajeto nos Bálcãs foi feito de ônibus e a outra parte de carro. Foi uma escolha estratégica optar por dois meios de transporte em partes diferentes da viagem: tanto pela disponibilidade de rotas, quanto de economia de tempo e dinheiro.
Antes de mais nada, sei que dirigir no exterior pode dar um certo frio na barriga. É por isso que indico fazer como eu e adquirir um chip de viagem. Assim, fica mais fácil buscar as rotas em tempo real, visto que você terá garantido uma ótima cobertura de internet.
Ademais, saiba que as estradas desse roteiro são muito bem pavimentadas e muito bem sinalizadas, com os cenários mais lindos visíveis pela janela. É só colocar uma boa música que já parece que você está em um clipe musical!
Se está precisando de inspiração musical para as suas road trips, confira as minhas playlists no Spotify, para viajar em grande estilo:
Pela rodovia, você vai ocasionalmente se deparar com algumas paradas de controle nas fronteiras dos países.
O procedimento nas paradas é bem simples, os oficiais recolhem os passaportes e os retornam carimbados. Pode acontecer de te perguntarem o motivo da viagem ou, também, de solicitarem fazer alguma vistoria no seu carro. Não se assuste, é perfeitamente normal.
Rodovias nos Bálcãs
Existe a opção de você escolher entre dois tipos de rodovias na maior parte dos trajetos desse roteiro:
Auto estradas: tem pedágio em diversos pontos e você dificilmente vai conseguir avistar alguma paisagem, já que tem muretas de proteção ao longo da estrada. Porém, contam com uma infraestrutura mais robusta, são mais fáceis de trafegar e, por ter o limite de velocidade maior e terem menos curvas, reduzem bastante o tempo das viagens.
Pelo litoral / rodovias secundárias: são mais estreitas, curvas e com limite de velocidade mais baixo. Porém não têm cobrança de pedágio e você consegue ter visuais muito mais espetaculares da sua janela.
Roteiro Dia a Dia da Viagem aos Bálcãs
O roteiro dia a dia é exatamente como fiz nessa viagem.
Entretanto, também vivi e aprendi, por isso vou incluir algumas considerações e sugestões para que você aproveite ainda mais que eu desse roteiro.
Dia 1 – Trieste / Ljubljana
De Trieste, cheguei em Ljubljana, capital da Eslovênia, à tarde.
Para chegar da rodoviária, que é bem central, até o apartamento que reservei no AirBnb foi super tranquilo. Ljubljana tem a vantagem de ser uma cidade bem plana e fácil de caminhar. Me hospedei na rua Poljanska Cesta 22, perto do centro.
Só deixei as malas no apartamento e já saí para já conhecer o centro da cidade e tomar uma cerveja local em um dos inúmeros barzinhos que tem às margens do rio Ljubljanica. Por ser uma cidade universitária, bares e bohemia são coisas que não faltam em Ljubljana.
Dia 2 – Ljubljana / Bled / Ljubljana
Na parte da manhã, aproveitei para fazer um tour completo e passar pelas principais atrações de Ljubljana. O centro da cidade é bem compacto e com poucas horas você consegue explorar tudinho. A praça principal (Prešeren Square), Ponte do Dragão, Mercado Central, Ponte Tripla, Castelo.
Na parte da tarde, às 13h10m, peguei um ônibus em direção a Bled.
Esse ônibus sai da rodoviária da cidade e tem partidas de 30 em 30 minutos durante o verão, e de 1 em 1 hora em outras estações. A viagem é bem rapidinha, dura cerca de 1h20m.
Caso você preze pela praticidade na hora de programar sua visita a essa pequena cidade, sugiro fazer uma excursão para conhecer os principais pontos de Bled com um guia.
Bled
Bled é uma cidade da Eslovênia muito conhecida pelo seu lago, que tem uma ilha no meio com a Igreja da Assunção.
Apesar de ter diversas atividades para fazer no lago, para mim a principal é relaxar e curtir a paisagem pitoresca desse cenário de conto de fadas.
Subi até o Castelo (Blejski Grad), no topo da montanha (entrada: 10 euros). A vista é maravilhosa em toda a subida, e do topo da montanha temos a visão do lago por inteiro. Ou seja, a subida vale a pena mesmo que você escolha não entrar no castelo.
Na região do lago de Bled há toda uma estrutura de vestiários, porque em algumas partes é permitido nadar. Então, se for para lá em uma época quente, não esqueça de levar a sua roupa de banho!
Se você quiser calcular um tempo para essa day trip, eu diria que em torno de 4 horas já dá para aproveitar bem o lago e o castelo. Todavia, caso queira adicionar outras atividades, como a travessia de barco para a ilha da Igreja, planeje mais algumas horas.
No fim do dia, pegamos o ônibus de volta a Ljubljana.
Dia 3 – Ljubljana / Zagreb
Ljubljana
Comecei o último dia em Ljubljana bem cedo com uma visita ao Metelkova Art District, um lugarzinho bem moderno e alternativo, próximo da rodoviária da cidade. É um reduto de festas descoladas a noite e, de dia, um museu ao céu aberto, com muitas esculturas, pinturas e mosaicos.
Além de diferentão, o reduto também representa uma ocupação artística com um posicionamento político que houve ali. Já que, antigamente, era o lugar da sede eslovena do Exército Nacional Iugoslavo.
Saindo de lá, caminhei em direção ao Parque Tívoli, o maior parque da cidade. Com áreas verdes gigantescas, mansões renascentistas, e uma vibe bem local, esse lugar é excelente para sentir-se em casa em Ljubljana.
Além de ir conhecer o parque, a minha motivação para visitar aqueles lados também vinha de uma outra coisa interessante. A hamburgueria Hot’ Horse, onde o hambúrguer é feito com carne de cavalo.
Sim, é comum consumir carne de cavalo na Eslovênia e esse é um prato típico de lá. Pensei que teria coragem de ter esse almoço exótico, mas não tive. Só observei o Diogo e os outros locais comendo (ps.: o Diogo recomendou super).
Por fim, seguimos para Zagreb de ônibus pela Flixbus, em um trajeto de aproximadamente 2:30 horas.
Zagreb
Da rodoviária de Zagreb, fomos novamente andando até o apartamento que reservamos na rua Ilica, uma das principais ruas comerciais do centro da cidade.
Dia 4 – Zagreb
Acordando em Zagreb, capital da Croácia, já parti logo para conhecer a cidade mais a fundo de um jeito que gosto muito: em um Free Walking Tour.
A saída do passeio é na praça Ban Jelačić, no centro da cidade. O tour percorre todo o centro de Zagreb, com explicações históricas de cada pedaço dali, passando por diversos períodos, do medieval até o da antiga Iugoslávia.
Recomendo demais por todo o contexto que te dá da cidade e pela diferença que isso faz na conexão que a gente cria com o local.
Alguns dos lugares percorridos no Free Walking Tour: Igreja de São Marcos (que tem o telhado de azulejo com os brasões), Catedral de Zagreb, Bloody Bridge, Estátua do Cavalo (um símbolo da libertação do país), Praça Kaptol, Lotrščak Tower (no horário em que é disparado o canhão da torre), e outros.
Aproveitei a parte da tarde para ir a um túnel super interessante construído durante a segunda guerra e que, hoje, ainda é aberto como uma passagem de pedestres.
A entrada para o túnel é um pouco escondida, apesar de estar em uma localização central na cidade. Para encontrar é só colocar no seu navegador o seu nome: Grič Tunnel.
Dia 5 – Zagreb / Slavonski Brod /Sarajevo
Na minha última manhã em Zagreb, aproveitei para conhecer um dos museus da cidade, já que ficava em frente ao apartamento que me hospedei. O Museu das Ilusões.
Esse museu é uma franquia que está espalhada por quase toda a Europa, com algumas variações entre eles. É uma experiência legal, porém não imperdível. Recomendo apenas se tiver tempo de sobra na cidade.
Para seguir viagem, na parte da tarde peguei o carro que havia reservado já aqui do Brasil pela Rentcars. Recomendo que você também faça a cotação e reserve com antecedência. Além de conseguir achar melhores preços, você ainda paga a locação em real e sem IOF.
A decisão de alugar o carro nesse momento foi para facilitar as paradas nas inúmeras cidadezinhas pelo restante do caminho e, também, por ficar mais econômico (nessa viagem estávamos em 5 pessoas). Não reservei anteriormente (na Eslovênia), pelo custo do aluguel e taxas para transitar nas rodovias do país.
A partir de Zagreb, todo o restante do roteiro foi feito de carro, até ser entregue em Rovinj.
DICA: observe se na tarifa da locação do seu veículo já está inclusa a taxa de retorno gratuita. Isso ajuda muito e economiza na hora de retirar o seu carro em uma cidade e devolver em outra.
Nesse sentido, segui pela rodovia E70 em direção a Sarajevo. É um trajeto que dura, aproximadamente, 5 horas, o mais longo desse roteiro pelos Bálcãs.
Slavonski Brod
Na metade do percurso, vale uma parada na cidade de Slavonski Brod, na fronteira entre Croácia e Bósnia, para conhecer uma construção super interessante que tem por ali: a Fortaleza de Brod.
A edificação é uma parte importante da história dos Bálcãs, erguida para conter a expansão turco otomana ao norte e hoje, transformada em um centro cultural local.
Sarajevo
Após o longo trajeto, cheguei em Sarajevo, capital da Bósnia & Herzegovina, já no fim do dia. Tempo suficiente para nos acomodarmos no apartamento lindíssimo, central e econômico que reservei pelo Booking.com.
Dali já saí para experimentar a famosa e deliciosa culinária Bósnia em um dos diversos restaurantes da área de Baščaršija, o antigo e enorme bazar da cidade (que estava há 5 minutos de caminhada do apartamento).
Dia 6 – Sarajevo
Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina, é também conhecida como a Jerusalém Européia, por sua diversidade cultural e religiosa. A cidade de história secular riquíssima, também é fortemente marcada pela mais recente Guerra Civil da Iugoslávia.
Devido à sua história densa e complexa, recomendo que façam um tour guiado pela cidade, para compreender o contraste de tempos de guerra e tempos pacíficos, e como os locais honram o seu passado.
Eu optei por fazer um Free Walking Tour que começa no grande bazar e percorre os principais pontos da cidade, o que foi essencial para entender como Ocidente e Oriente se cruzam para formar a capital Bósnia.
Dica: Apesar de gratuito, é recomendado reservar o Free Walking Tour com antecedência, pois depende de uma quantidade mínima de pessoas para que ele aconteça. Para garantir o seu lugar, é só clicar aqui.
O Free Walking Tour se encerra na Fortaleza Amarela, que fica em um dos pontos mais altos da cidade. É muita ladeira para subir, mas a vista do pôr do sol faz valer a pena. Aliás, como mineira experiente que sou, já estou acostumada a encarar as boas ladeiras na minha terra.
Dia 7 – Sarajevo / Mostar
Acordei cedo para seguir caminho até Mostar no sétimo dia.
Antes disso, fiz uma parada no Museu do Túnel da Esperança em Sarajevo, que fica a 15 km do centro, bem próximo ao Aeroporto Internacional da cidade.
O Túnel, hoje convertido em um museu, foi usado para receber munição, suprimentos, alimentos e foi um ponto de fuga de 2 milhões de civis durante os 44 meses do Cerco de Sarajevo.
Para aqueles que se interessam por conhecer mais a fundo a história dos locais visitados, vale demais separar um tempinho para fazer um tour pelo Túnel de Sarajevo.
Mostar
Mostar, apesar de estar a apenas 130km da capital, foi uma viagem que durou cerca de 3 horas. Motivo? A estrada mais cênica do país.
Mostar fica na parte da Herzegovina, que já tem o visual totalmente diferente da Bósnia. Falésias, rios cristalinos, montanhas de rochas calcárias. Tudo o que precisa para ir devagarinho curtindo a estrada.
Chegando em Mostar, uma das primeiras coisas que me surpreendeu foi o próprio apartamento em que nos hospedamos. A moradia tinha, como vizinhos, túmulos de um dos inúmeros cemitérios da cidade, há menos de um metro de distância da mureta que nos separava.
Essa é uma visão comum em diversas cidades Bósnias, como dizem por lá “não havia espaço para a morte”. Como resultado, diversos parques da cidade foram transformados em cemitérios no período da guerra.
Segui para o centro histórico da cidade que, apesar de condensado, tem diversas coisas para se ver. Mostar está nos detalhes e não apenas na sua famosa ponte arqueada de estilo otomano, a Stari Most.
Cada passo ali é uma visita ao seu passado distante e próximo. Em contraste com as grandes belezas das suas construções de pedra e as águas turquesas do rio Neretva, os estômagos encolhem com as inscrições “Remember 93” por toda a cidade: pedidos para que a história não seja esquecida.
O dia foi dedicado a bater perna por cada canto de Mostar e a noite foi hora de conhecer um pub que vende diversas cervejas artesanais da região, o Black Dog. Recomendação de anotar, já que além de excelente atendimento e cervejas, ele também fica em um dos cantos mais lindos da cidade.
Desse modo, pegue uma mesa externa para apreciar.
Dia 8 – Mostar / Blagaj / Dubrovnik
Aproveitei a última manhã em Mostar para ir até o topo da torre da mesquita Koskin-Mehmed Pasha’s. Para mim, um ponto imperdível. Tanto para conhecer uma mesquita local, quanto para ter a melhor vista da cidade para a Stari Most. As fotos feitas lá de cima são dignas de cartão postal.
A entrada para a torre é de 12 Marcos Bósnios. A escadinha da torre, em formato caracol, tem seus degraus bem estreitos e só passa uma pessoa de cada vez. Recomendo o uso de um calçado firme, para maior segurança na escada. Aliás, em toda Mostar, visto que é uma cidade de ruas de pedra, polidas com o tempo e bem escorregadias (quase escorreguei diversas vezes na ponte hehe).
Blagaj
Saindo de Mostar, no caminho para Dubrovnik, fiz uma parada em Blagaj, uma pequena vila pertencente ao distrito de Mostar.
O grande atrativo dessa cidade é o monastério de Blagaj Tekija, que fica incrustado em uma rocha na nascente do rio Buna.
O lugar é um retiro espiritual do Sufismo, uma corrente mística do Islamismo. A construção do século XVII e a paisagem que a cerca são alguns dos cartões postais do país. Apesar disso, ainda não é tão intensamente visitado pelos grupos de turistas.
Foi uma surpresa perceber que o monastério não é algo isolado, como aparenta pelas fotos. Ao seu redor, existem vários restaurantes e lojinhas. E foi por ali que almoçamos, em um restaurante com deck para as águas cristalinas do rio Buna.
A pedida por ali é a truta, pescada fresca logo ao lado. Confesso que a comida não era lá as mais saborosas, mas valeu pela experiência do entorno.
Dubrovnik
Seguindo o roteiro, a próxima parada é Dubrovnik, localizada na Croácia, mais precisamente na região da Dalmácia.
Essa era uma das cidades mais esperadas da viagem, pois foi cenário para diversos momentos de Game of Thrones, principalmente os passados em King’s Landing. Fiquei emocionadíssima só de pensar que a Emilia Clarke tinha pisado no mesmo lugar que eu estava pisando, porque essa que vos fala é uma grande fã dessa série da HBO!
Consequentemente, essa foi a cidade mais cheia que visitei na região, tanto pelo sucesso da série, quanto por ser um destino que está em alta no verão europeu (que recebe inúmeros navios de cruzeiro). E olha que ainda não era o pico da alta temporada.
A hospedagem escolhida foi um apartamento afastado da cidade amuralhada, em um bairro chamado Lapad. Bem mais tranquilo e residencial.
Um dos motivos da escolha do bairro foi pelo acesso ao centro antigo ser difícil com carro, tendo estacionamentos com preços bem salgados ao redor da muralha.
O restante do dia e noite, fiquei pela região de Lapad, que tem uma praia bem legal e tranquila chamada Copacabana e, ao lado, um calçadão super agradável com restaurantes, lojas e galerias.
Dia 9 – Dubrovnik
No segundo dia em Dubrovnik, saí pela manhã para passar o dia inteiro na cidade amuralhada.
Comprei um Day Pass (você encontra nos pontos de informação turística e quiosques) que custou 190 kunas. Valeu super a pena, já que tem direito a transporte, a entrada da muralha e a entrada em museus por um dia inteiro. Já cobriu o ônibus de ida e volta de Lapad até o centro.
O dia foi dedicado a bater perna e me perder nas ruelas da cidade medieval de Dubrovnik.
Ao fim da tarde, fui subir as muralhas com o sol já mais baixo. Indico, inclusive, você também subir nesse horário, porque fica mais vazio. É o momento em que os turistas dos cruzeiros, que passam o dia na cidade, estão retornando aos navios.
A entrada para a muralha custa 150 kunas, porém, como comprei o Day Pass, a entrada para a muralha já estava inclusa.
Para mim, visitar a muralha é algo imperdível para fazer na cidade. As vistas são lindas e você consegue ter uma noção espacial muito melhor e entender a configuração da cidade antiga de Dubrovnik.
Ao pôr do sol, segui para a praia de Banje, que fica logo após uma das saídas da cidade amuralhada.
Uma praia de águas calmas, pedrinhas polidas e o mar transparente do adriático. É um fim de tarde imperdível, com o sol se pondo entre os paredões da cidade antiga. Não é atoa que Dubrovnik é considerada a pérola do Adriático.
Dia 10 – Dubrovnik / Kotor / Perast / Dubrovnik
Kotor
Pegamos a estrada bem cedo para uma day trip até Montenegro.
O país, que fica ao sul da Croácia, é fácil de ser acessado a partir de Dubrovnik. O trajeto foi tranquilo, na lindíssima e curva rodovia da costa da Dalmácia.
A viagem, que era para ser rápida, atrasou um pouco no controle rodoviário da fronteira dos dois países. Então, vá contando um tempo extra para o seu trajeto.
Segui direto para Kotor. A cidade foi uma das que mais me chamou atenção nessa viagem por ser bem medieval, com uma cidadela amuralhada de ruas de mármore tranquilas, visto que tem um menor fluxo turístico.
A cereja do bolo é justamente a sua muralha de mais de 1200 metros de altura, que conta com 1300 degraus.
Não vou mentir, a subida até o topo da muralha é cansativa. Vá com tempo para subir pausadamente. Mas a conquista da chegada e a vista dos fiordes de Montenegro valem cada degrau suado a ser subido.
Perast
Já na estrada de retorno, parei em Perast. Uma cidade costeira com ares venezianos em Montenegro.
Ela é conhecida pelas ilhas de São Jorge, que tem um antigo monastério beneditino, e a ilha de Nossa Senhora das Pedras, que tem uma igreja.
Dubrovnik
Retornei para a última noite em Dubrovnik, a tempo de um descanso mais longo para preparar para o dia seguinte.
Dia 11 – Dubrovnik / Ston / Split / Zadar
Dia de partir novamente. Desse modo, saí de Dubrovnik bem cedo, em direção a Zadar.
No caminho até Zadar, parei para conhecer Ston e Split. Duas cidades croatas dessa rota pelos Bálcãs que eu fiz questão de conhecer.
Não tive tempo no roteiro para pernoitar, mas passei algumas horinhas em cada uma e já deu um aperitivo do que as cidades têm para oferecer. Na verdade, a vontade mesmo é parar um pouco em cada cidade e praia do caminho dessa estrada que corta o litoral croata.
Ston
Ston fica à, mais ou menos, 1h de Dubrovnik. Já deu para perceber ao longo desse artigo que eu amo muralhas, né? E como boa amante delas, não poderia deixar de visitar Ston, que tem a segunda maior muralha do mundo! Fica só atrás da muralha da China.
A muralha de Ston cerca os morros da Península de Peljesac, que é banhada pelo mar adriático.
A cidade também é famosa pelas suas fazendas de ostras. Então, passar por Ston, não deixe de provar uma ostra fresquíssima.
Mesmo tendo a grande atração da muralha, a cidade não é muito divulgada e tem pouquíssimos turistas. Então, se você prefere destinos mais tranquilos, essa é uma boa opção.
Split
Depois de Ston, segui para Split, a segunda maior cidade da Croácia.
Essa é uma cidade com cara de cidade grande, sabe? Hoje Split é mais um ponto de saída para as ilhas, por ter um dos portos centrais do país. Ela tem um centro histórico mais reduzido, por isso a maioria dos turistas visitam a cidade apenas de passagem.
O grande e importante marco de Split é o Palácio Diocleciano, construção enorme do império Romano. Tão grande que o próprio palácio parece uma cidade.
Ali também visitamos a Catedral de São Domínio e o Mercado Verde. Além disso, nada melhor do que percorrer a sua orla larga, tomando um sorvete croata. Split fica a, aproximadamente, 2 horas de Zadar.
Zadar
Depois dessa longa viagem com paradas, finalmente cheguei em Zadar ao final da tarde. Tempo suficiente para deixar as coisas no apartamento que alugamos na cidade (aliás, lindíssimo, central e muito econômico) e correr para pegar uma das principais atrações: A Saudação ao Sol e o Órgão do Mar.
Nos fins de tarde da cidade, visitantes e locais se juntam para ver o pôr do sol mais bonito do mundo (como consagrado por Alfred Hitchcock), a beira desses dois monumentos que ficam na Riva, um calçadão enorme à beira-mar.
Quem não gosta de música e da paz que o mar transmite, não é?! Imagina essas duas coisas juntas! Uma combinação perfeita que você pode encontrar em Zadar.
Dia 12 – Zadar / Plitvice / Rovinj
Pela manhã, fui explorar a cidade amuralhada de Zadar. Cidade linda e bem limpa, com ruas de pedras que chegam até a brilhar.
Percorrendo as suas ruelas, vamos nos deparando com várias construções e atrativos impressionantes. Entre elas estão a Igreja de São Donato, o Fórum Romano, a Porta do Leão, a Praça do Povo e a Igreja de Santa Maria.
Todos esses pontos você pode conhecer em uma visita guiada, ideal para se conectar com a cultura e história de Zadar.
No meu caso, vi e conheci tudo isso antes das 11h da manhã, porque à tarde, Plitvice estava na programação. A viagem até lá dura cerca de 1h30m.
Dica de quem viveu e aprendeu: É provável que Zadar vá roubar o seu coração, então indico ficar mais do que uma noite. Eu, por exemplo, ficaria muito mais por ali.
Parque Nacional de Plitvice:
Seguindo em uma rota para o interior do país, onde vemos a paisagem mudar do árido litoral para frondosas e verdes florestas, cheguei em Plitvice, um Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO e um dos pontos mais visitados dos Bálcãs.
Essa excursão aos lagos saindo de Zadar é, inclusive, uma ótima e prática opção para aproveitar o parque da melhor forma, não deixando nada passar despercebido devido às explicações de um guia especializado.
Afinal, Plitvice é conhecido pelos seus cristalinos e multicoloridos lagos e cachoeiras, que chamam a atenção de qualquer viajante. É de bater palmas de pé, que lugar lindo!
Antes de entrar no parque, parei para almoçar no Restaurante Lička kuća, que serve uma deliciosa comida daquela região do país, Lika. O restaurante fica próximo a Entrada 1 do parque. Ali mesmo comprei as entradas, no valor de 110 kunas por adulto, naquela época do ano.
Vale ressaltar que dentro do parque existe um grande número de placas indicando as trilhas, que têm caminhos diferentes. Como não tinha muito tempo para explorar o parque, escolhi a trilha B, que gasta entre 3 à 4 horas para ser percorrida.
Ao longo do caminho dá para ver os lagos inferiores, seguido por uma travessia de barco (que já é inclusa no ingresso). Ao final da trilha, chegamos em um mirante com uma das melhores vistas que já vi na vida!
Digo, com certeza, que esse é um dos lugares de beleza natural mais impressionantes que já visitei, com cenários tão espetaculares que pareciam até saídos de um mundo paralelo estilo Avatar. Se você gostar de fotagrafar, como eu, já sabe né? Dá para fazer a festa.
Rovinj
Depois de 3h10m de viagem, cheguei em Rovinj, na Croácia, no final do dia.
Me hospedei, novamente, em um apartamento. Esse um pouco mais simples que os anteriores, porém com tudo o que precisávamos.
Os donos eram um casal de idosos e não falavam nada de inglês. Falavam o croata, italiano e alemão (aliás, as 3 línguas que ouve-se falar muito pela região da Ístria). O que faltou de comunicação verbal, não faltou de simpatia. Os croatas dali se assemelham mais aos italianos do sul em questão de calorosidade.
Esse foi o último destino pelo roteiro dos Balcãs e, como queria aproveitar muito o outro dia, fui descansar cedo.
Dia 13 – Rovinj
Rovinj fica na região da Ístria e, consequentemente, tem muita influência italiana pela proximidade geográfica e cultural. Dá para fazer a festa com a famosa gastronomia de lá, centrada nos frutos do mar, trufas, queijos e vinhos e, também, com muita influência dos seus países vizinhos.
Rovinj é uma cidade bem tranquila, e o principal atrativo é andar pelas ruelinhas e perceber o quanto essa cidade é viva na criatividade e na arte.
As lojas e vendinhas têm alta concentração de produtos artísticos, que variam de cerâmicas a quadros, a arte steampunk. Todas vindas de ateliês locais, onde muitas vezes você é atendido pelo próprio artista, que sempre tem uma história para contar.
Em pleno sol de meio dia, fui até à Igreja da Santa Eufêmia, no ponto mais alto da cidade. Recomendo ir de manhã ou no fim da tarde, pois o sol não estava fácil, minha gente! Lá da Igreja, tem a vista mais sensacional de Rovinj.
Outra vista imperdível é da beira-mar próximo ao Gradska Tržnica (Mercado da Cidade). Vá no fim da tarde para ver o sol se pondo por trás das casas pitorescas cravadas no mar da cidade.
Por último, mas não menos importante, as praias!
O litoral croata não é exatamente como estamos acostumados. Mas em Rovinj fica ainda mais diferente do que nas outras cidades do país que passei. Em resumo, as praias da cidade são rochedos dentro do mar, com escadinhas para acessar a água, nada de areia.
Em lugares mais rasos, com uma água cristalina e muito limpinha, não tem como resistir, mas já vou avisando que a água é bem fria (pelo menos durante a primavera).
Dia 14 – Rovinj / Veneza
O último dia dá até um aperto no coração. Confesso que não queria deixar Rovinj tão cedo.
Entreguei o carro na locadora da cidade. Como disse lá no início, encontrei e reservei o carro pela RentCars. Sem ter que pagar nenhuma taxa para devolver o carro em uma cidade diferente. Então foi o plano perfeito!
Segui para a rodoviária de Rovinj em um trajeto super confortável em um ônibus de uma associada da Flixbus, direto para o Aeroporto Marco Polo (Veneza). O trajeto de ônibus durou cerca de 4 horas.
Você também pode buscar e comprar bilhetes para as suas rotas de ônibus na Europa pela Omio!
Pronto para embarcar para os Bálcãs?
Como tudo que é bom dura pouco, o roteiro pelos Bálcãs acabou por aqui. Não sei nem explicar o quanto essa experiência de conhecer esses lugares, com culturas e histórias de tanta resistência, criatividade e renovação, abriu mais a minha forma de olhar o mundo.
Espero ter ajudado no seu planejamento e tomara que você se divirta e aproveite a viagem assim como eu e volte cheio de lembranças boas!
7 comentários
Amei o roteiro! Post super completo e esclarecedor!
Obrigada, Li! Já quero ver você viajando por esses cantos 🙂
Está de mais esse blog ! Sensacional mesmo ! Adoramos as dicas ! Aguardando próximos roteiros para planejar esse 2021.
Obrigada, queridos! Muito feliz que gostaram. Estamos todos ansiosos para voltar a colocar o pé na estrada, né! rsrs Tomara que 2021 nos devolva essa possibilidade. 🙂
Ola, boa tarde!
É possível transitar entre vários países com carro alugado?
Não tem que pagar taxa adicional?
Olá Fabio!
É possível sim. Mas você terá que informar na locadora por quais países irá passar e será cobrado um seguro internacional e emitido um documento conhecido como “carta verde”, para que possa apresentar nas fronteiras caso solicitado.
Em alguns países (como a Eslovênia), será necessário colocar um dispositivo para os pedágios no carro.
Espero ter ajudado
Querida, super estimulante seu roteiro…mas queria entender melhor sobre a burocracia da locação que dizem ser enjoada,,,