Sabia que a Segunda Guerra Mundial teve início em Gdansk?
Decidi visitar essa pequena cidade do norte da Polônia por ter visto algumas fotos de lá e ter achado ela lindíssima. Mas eu não fazia ideia de todo o seu significado na história mundial.
Além desse marco, diversas outras coisas importantes aconteceram em Gdansk. O que estimula ainda mais a nossa curiosidade para conhecer essa cidade mais a fundo.
Portanto, neste post vou contextualizar um pouco da sua história e te passar informações práticas de como chegar, o que visitar e curiosidades sobre Gdansk.
O que me chamou a atenção em Gdansk
Gdansk (também conhecida como Danzigue), é a maior cidade portuária da Polônia e a sexta maior do país. É uma cidade medieval, cortada pelo belo rio Motława.
Ao longo dos séculos, recebeu diversas influências e já esteve em domínio de diversos outros países. O que pode ser visto em sua arquitetura e urbanização, que é bem diferente de outras cidades polonesas.
Esperava encontrar uma cidade parecida com a Cracóvia, que visitei em 2015. Mas, para a minha surpresa, Gdansk tinha mais cara de Amsterdã ou de alguma cidade Lituana, do que de outras cidades da Polônia. É muito clara a influência da arquitetura Báltica e Hanseática, conhecida como o gótico de tijolos.
Atualmente, Gdansk é um dos destinos mais promissores da Europa. É muito procurada no verão, pelas suas praias (em Gdynia e Sopot) e, no inverno, pelo seu clima natalino.
Um dos outros grandes motivadores para se visitar a cidade são os preços, muito acessíveis. Em tempos de alta do Euro, é reconfortante converter a nossa moeda para o Zloty polonês, que quase se equipara ao Real.
Como chegar em Gdansk
Gdansk é a principal das Tricidades, área urbana que também inclui Gdynia e Sopot. Fica na região da Pomerânia e tem uma localização ideal para fazer roteiros terrestres à partir dos Bálticos, Alemanha ou da própria Polônia.
Dito isso, existem várias alternativas possíveis de transporte para chegar à Gdansk. Não existem voos diretos saindo do Brasil, mas o aeroporto de Gdansk Lech Wales recebe voos de diversas cidades europeias.
Saindo de países vizinhos da Polônia, você ainda pode escolher fazer os trajetos de ônibus, trem ou carro. Sendo o ônibus a maneira mais econômica de se chegar a Gdansk.
De ônibus: de Berlim para Gdansk
Cheguei em Gdansk vindo de Berlim, capital da Alemanha. Fiz um trajeto em um ônibus noturno de uma parceira da Flixbus, que durou cerca de 8 horas, contando com as paradas em algumas cidades polonesas.
Para encontrar esse trajeto, usei o site da Omio e busquei pelo melhor custo/benefício. Acabei optando por viajar de ônibus durante a noite, já que assim é possível economizar em uma diária de hotel e dar vários cochilos até chegar ao destino.
Quando cheguei na rodoviária de Gdansk, por volta das 7 horas da manhã, ainda estava tudo fechado. Não consegui trocar dinheiro logo ali, como de costume em uma nova cidade. Contudo, e para a minha sorte, o aplicativo do Uber funciona muito bem por lá, então segui dessa forma para o hotel.
A fim de aproveitar Gdansk da melhor forma, não subestime o tamanho da cidade. O tempo de estadia que indico por lá, para conseguir conhecer os principais lugares, são de 3 noites.
De ônibus: de Gdansk para Kaliningrado
Segui de Gdańsk para Kaliningrado, o exclave russo que é seu vizinho. São apenas 166 Km que separam as duas cidades.
A empresa de ônibus que faz esse trajeto é a Zelenogradsk Trans, e você pode conferir a tabela de horários de ônibus no site deles. Note que o ônibus não é plotado e o único indicativo da linha é a placa luminosa. O seu ponto é na lateral da Rodoviária de Gdansk, na plataforma 11.
Os bilhetes podem ser comprados diretamente no guichê da Rodoviária de Gdańsk. Recomendo que compre com alguma antecedência, pois o ônibus costuma ficar cheio. Comprei logo no dia que cheguei na cidade, 3 dias antes da partida para Kaliningrado.
Breve história de Gdansk
Nos dias de hoje, quando visitamos Gdansk, vemos uma cidade que parece saída de um conto de fadas. Com as suas casinhas coloridas, coladas uma nas outras, em ruelas encantadoras.
Entretanto, como mencionei antes, Gdansk não teve um passado tranquilo. Na verdade, a cidade passou por maus bocados até chegar ao cenário atual.
Gdansk era uma cidade portuária importante na Idade Média, conhecida por sua construção naval. Nos séculos XIV e XV, fez parte da Liga Hanseática. Essa liga era formada por cidades mercantis que tinham um grande monopólio comercial no norte da Europa e nos Bálticos.
Danzigue (Gdansk) e as Guerras Mundiais
No início do Século XX, Gdansk fazia parte do reino da Prússia.
Foi então que, depois da Primeira Guerra Mundial, a Polônia reestabeleceu a sua independência.
Em seguida, Alemanha e Polônia começam uma disputa para incorporar a região de Gdansk. Porém, a Liga das Nações estabeleceu que essa seria uma cidade autônoma, com sua própria constituição e governo, conhecida como Cidade Livre de Danzigue.
Além de Gdansk, outras cidades da região também faziam parte da “Cidade Livre”, como Sopot e Gdynia. Eis que surge o Tratado de Versalhes, que muda Gdynia e a história mundial para sempre.
A Polônia ganha acesso ao mar, por meio de uma estreita faixa de terra que se tornou conhecida como O Corredor Polonês. Gdynia, encontra-se no topo deste corredor.
O clima de tensão por lá aumentava à medida que o crescimento das políticas de germanização e da ideologia do nazismo iam se tornando mais visíveis.
Até que em 1939, a Alemanha se aproveitou da disputa pela região de Gdansk (que queria anexar ao Terceiro Reich) com a Polônia e invadiu a costa, dando início à Segunda Guerra Mundial na península de Westerplatte.
Gdansk e o pós-guerra
Mesmo incorporada pela Alemanha nazista, a Polônia foi o único país europeu que nunca colaborou ou se rendeu oficialmente aos nazistas, principalmente por ter sido um dos povos que mais sofreram nesse período.
Por ser lar de uma grande população de judeus, existiu um campo de concentração próximo à Gdansk, chamado Stutthof. O campo é aberto à visitação e você pode agendar uma excursão por aqui.
Gdansk foi quase totalmente destruída durante a Segunda Guerra Mundial. Começou o seu processo de reconstrução após a rendição da Alemanha para os soviéticos em 1945.
Essa reconstrução consistiu em uma limpa dos vestígios alemães e abraçou o estilo de arquitetura hanseática, que era a mais presente na cidade.
Outro movimento importante para a história mundial foi o “Solidariedade”, sindicato trabalhista anti soviético fundado em 1980 na cidade de Gdansk. O seu papel não foi importante somente para a Polônia, já que também ajudou a precipitar a queda do Muro de Berlim, por exemplo.
Ou seja, foi em Gdansk que começou a Segunda Guerra Mundial. Como, também, foi lá que a Guerra Fria e o bloco soviético iniciaram o seu fim.
O que fazer em Gdansk
Que Gdansk é uma cidade marcante para a história mundial você já sabe! Então, agora é acrescentar a cereja no bolo e falar dos lugares mais interessantes para conhecer na cidade atualmente.
De museus até monumentos, o que não faltam são coisas para fazer por lá. Fui recebida pelo Visit Gdansk, órgão do turismo local, e eles me ajudaram muito com as informações que trago aqui nesse post para você.
Vou dividir a visita à cidade em três rotas: O Caminho Real, A Orla do Rio Motława e Monumentos Anexos.
Caso prefira uma visita guiada, também te indico fazer um Free Tour de 2 horas e meia por Gdansk, para conhecer mais a fundo a história pelas ruas de paralelepípedo da Cidade Antiga (todas cobertas por wifi grátis, inclusive).
Já que o tour é gratuito, ao final do passeio você pagará uma gorjeta ao guia de acordo com seu grau de satisfação.
Prefere vídeo? Confira um pouco do que fiz na minha viagem à Gdansk, o rolê na cidade antiga, no Museu da Segunda Guerra e mais:
Caminho Real – Royal Way
O Caminho Real, como o próprio nome diz, foi um nome popular que deram para a rota que os Reis da Polônia faziam nas suas visitas à Gdansk. O primeiro rei que fez esse percurso e oficializou o nome da rota foi o Casimiro IV, em 1457.
Esse Caminho se estende pela Long Street e pelo Long Market, ou seja, ele contém os principais pontos turísticos da Cidade Velha, como a Prefeitura, o Tribunal Artus e a Fonte de Netuno.
Para refazer os passos da realeza polonesa, você pode começar pelo Highland Gate e finalizar o Caminho Real seguindo em direção ao Green Gate, para enfim chegar às margens do Rio Motlawa.
Highland Gate
O Highland Gate é o portão principal para a entrada da Cidade Antiga de Gdansk e foi construído por volta de 1588, em estilo renascentista.
Além disso, é nesse portão que fica o Centro de Informações Turísticas de Gdansk. Lá você encontra mapas, pode pegar dicas e até comprar souvenirs.
Ele dá início ao Caminho Real, que vai até o Green Gate. Fica em frente ao Museu do Âmbar e próximo ao Shopping Forum Gdansk.
Museu do Âmbar na Torre da Prisão
A sede do Museu do Âmbar fica na Foregate, uma construção do século XIV que era uma antiga Casa de Tortura e na Torre da Prisão. Ela está localizada entre o Highland Gate e o Golden Gate.
Era nessa antiga Torre da Prisão que aconteciam as execuções no período medieval. Atualmente, o propósito da construção mudou, já que passou a abrigar o Museu. Porém, ainda estão em exposição diversas peças do seu passado de cárcere.
Gdansk tem depósitos muito abundantes de âmbar, mas não tão fartos quanto os de Kaliningrado, que é a capital mundial dessa resina. Você vai encontrar muitas peças de âmbar em todo o norte da Polônia, assim como nos outros países da região dos Bálticos.
A dica é: as peças são mais baratas em Kaliningrado e Gdansk está em segundo lugar.
Enfim, no Museu você aprenderá várias informações legais sobre o âmbar, como o seu uso ao longo da história, os métodos de extração, coleções de joias e itens medievais feitos da resina.
Golden Gate
Como pontapé inicial no seu passeio ao longo da Ulica Długa de Gdansk (que vou comentar daqui a pouquinho), ao passar pelo Highland Gate e pela Torre da Prisão, você vai se deparar com o Golden Gate, uma das entradas para a Cidade Antiga de Gdansk.
Esse portão foi construído em 1612 e tem uma ornamentação muito única, com 8 estatuetas. 4 delas ficam do lado da Torre da Prisão e representam a Paz, a Liberdade, a Riqueza e a Fama.
As outras 4 ficam do lado da Long Street, e representam a Sabedoria, a Piedade, a Justiça e a Concórdia.
Ulica Długa (Long Street) e Długi Targ (Long Market)
Datadas do século XVIII, as duas das mais famosas e antigas vias pedonais da Cidade Velha de Gdansk, que ficam logo após o Golden Gate, são a Long Street e o Long Market.
Essas duas vias se conectam, formando parte do Caminho Real, região onde as pessoas mais ricas e importantes da cidade moravam no período medieval.
Assim que pisar na Long Street você vai se deparar com algumas casas e edifícios que têm um estilo de arquitetura totalmente diferente do que estamos acostumados a ver em outras partes da Polônia.
A maioria conta com a influência holandesa na arquitetura gótica de tijolinhos, estilo famoso entre as cidades bálticas que faziam parte da Liga Hanseática.
Esse estilo é marcado por fachadas bem detalhadas, então é muito provável que se encante ao prestar atenção nas casinhas coloridas, repletas de janelas, com esculturas e ornamentos bem bonitos.
Outros monumentos e construções históricas muito conhecidas de Gdansk também fazem parte do Long Market, rua que sediava o principal mercado da cidade. É por lá que você encontrará, por exemplo, a Prefeitura e a Fonte de Netuno.
Hoje, essas duas vias são um dos pontos mais movimentados e visitados por turistas na cidade, já que é um passeio recheado de história e pontos simbólicos.
Town Hall – Prefeitura de Gdansk
Apesar das expansões e reformas ao longo do tempo, os primeiros indícios da construção da Prefeitura de Gdansk começam no século XIV.
O seu edifício de tijolinhos, com arquitetura gótica renascentista, foi reconstruído após os danos causados pela Segunda Guerra, e abriga, atualmente, o Museu Histórico de Gdansk.
No Museu você confere, além da história da cidade, a Sala Vermelha e o famoso teto com as 25 pinturas que fazem parte de uma obra denominada “Glorificação da Unidade de Gdansk com a Polônia”.
É por essas e outras que a Prefeitura é um dos cartões postais e um dos pontos turísticos que mais se destacam na Cidade Antiga, principalmente pela sua torre do relógio, que domina a vista no Caminho Real.
É possível subir na torre para ter uma vista incrível da Cidade Antiga. Mas, existe uma vista que é ainda melhor, que conto daqui a pouco.
Uma curiosidade de lá é a maquete de bronze da Prefeitura que fica bem do lado do edifício. Todos os monumentos principais tem essa miniatura para que os deficientes visuais possam tatear e entender como é a construção.
Artus Court
O Tribunal Artus (que recebeu esse nome em homenagem à lenda do Rei Arthur) já existia em algumas outras cidades que faziam parte da confederação mercantil da Liga Hanseática, como Riga, capital da Letônia.
O de Gdansk começou a ser construído em meados do século XIV para ser o centro de reuniões sociais e banquetes de nobres, políticos e mercadores.
É um dos casarões mais emblemáticos e famosos do Caminho Real. Por isso, ele é usado até hoje para receber pessoas importantes que estão de passagem na cidade.
Você pode visitar o seu interior, que conta com muitas obras e esculturas com influências renascentistas. Além disso, o Tribunal é uma das filiais do Museu de Gdansk.
Fonte de Netuno
A Fonte de Netuno é um monumento em bronze construído no século XVII, de arquitetura maneirista, que era dominante no país nessa época.
Fica localizada bem em frente ao Tribunal Artus e tem uma peculiaridade: o Deus Netuno com a cabeça inclinada. Dizem que o objetivo era que ele fizesse uma referência para todas as pessoas importantes que passavam por ali.
A simbologia de uma fonte do Deus das águas em Gdansk deu super certo, já que a cidade tem um histórico portuário muito importante para a Polônia.
Em conjunto com a Prefeitura e o Tribunal Artus, a Fonte também é um dos pontos mais famosos e fotografados da Cidade Velha.
Ulica Piwna – Rua da Cerveja
A Ulica Piwna é uma das ruas mais movimentadas da Cidade Antiga. Ao visitá-la, você verá que ela não ficou famosa entre os turistas à toa, justamente pela beleza das típicas ruas de pedra e dos edifícios coloridos.
Porém, ela também tem um diferencial: é a Rua da Cerveja. Antes de receber o nome atual, os habitantes de Gdansk chamavam essa rua de Jopengasse em homenagem ao Hevelius, o homem que criou a marca de cerveja Jopen.
Nada mais justo que uma rua desse tipo por lá, ainda mais por esse ramo de fabricação de cervejas existir desde o século XVI.
Se você curte a bebida, não deixe essa charmosa Rua, que é paralela à Igreja de Santa Maria, de fora do seu roteiro. Confira as cervejas produzidas localmente nos diversos restaurantes e bares!
Igreja de Santa Maria
A Igreja de Santa Maria começou a ser construída em 1343, só sendo terminada 159 anos depois, em 1502. Foi muito danificada na época da Segunda Guerra Mundial, mas revitalizada como em seu projeto inicial, logo depois.
Ela também é conhecida como “a coroa da cidade de Gdansk” devido a sua arquitetura no estilo gótico de tijolinhos e pela sua grandiosidade, que se destaca no meio da Cidade Velha.
Grandiosidade essa que a faz ser considerada a maior igreja de tijolos de todo o mundo!
O interior da Igreja, com o relógio astronômico de madeira do século XV, com a réplica da obra “O Juízo Final” e muito mais, é tão sensacional quanto o seu exterior! Ao visitá-la, considere subir os 409 degraus que levam até o topo de uma das suas torres.
Não se intimide pelo número de degraus, pois essa é a vista mais espetacular que se pode ter de Gdansk. Aliás, é o ponto de observação mais alto da Cidade Velha. Contudo, muitos não sabem disso e acabam subindo na torre da Prefeitura. Fica a dica!
Ulica Mariacka – Rua de Santa Maria
A Rua Mariacka, com a Igreja de Santa Maria como plano de fundo, é uma das mais bonitas de Gdansk. Especialmente por nos permitir uma viagem no tempo, ao ver as fachadas das casas e lojas, que foram reconstruídas após a Segunda Guerra Mundial.
Se você é da turma de turistas que gosta de levar lembrancinhas das viagens, vai pirar ao encontrar um intenso comércio de âmbar e produtos artesanais nas lojinhas da região.
Também te indico passear à noite pela extensão da Rua, até chegar no Portão Santa Maria, quando tudo fica iluminado e, consequentemente, mais lindo ainda!
Green Gate
O Green Gate está localizado em uma das margens do Rio Motlawa e recebe esse nome por levar em direção à Ponte de mesmo nome, que atravessa esse Rio.
Foi construído no século XVI com o intuito de ser um dos portões defensivos medievais da Cidade Antiga. Além disso, também foi projetado para ser um dos lugares onde os monarcas poloneses poderiam se hospedar em Gdansk.
O Green Gate encerra o Caminho Real na extremidade do Long Market e, hoje em dia, também é uma das filiais do Museu de Gdansk, realizando exposições temporárias.
A Orla do Rio Motława
Finalizando o Caminho Real, pelo Green Gate, saímos diretamente às margens do Rio Motława. Diversos restaurantes e lojas atraem a atenção de quem caminha por ali.
Seguindo pela orla do rio, passamos por diversos pontos interessantes de Gdansk, que detalho em seguida:
Granary Island
A Ponte em frente ao Green Gate liga a Cidade Antiga com uma parte mais moderna de Gdansk. Essa margem oposta do rio é conhecida como Granary Island, uma ilha fluvial que foi quase completamente destruída na Segunda Guerra e que só recentemente recebeu novas construções.
Os edifícios da parte nova foram projetados com base nos da parte antiga, sendo da mesma altura e estilo. Dito isso, são um exemplo de urbanização, como se os do lado da margem da Cidade Antiga estivessem refletindo em um espelho para o século XXI. É muito interessante de se ver!
É na Granary Island que estão diversos dos hotéis mais bacanas da cidade, como o Hotel PURO Gdansk, que me hospedei. Também tem uma oferta interessante de restaurantes e mercados.
Mas um dos pontos mais curiosos da ilha é a Stagiewna Gate, um portão medieval em formato de torre, que sobreviveu aos bombardeios. Esse era um dos principais portões portuários da antiga Gdansk e que, atualmente, dá um contraste especial em meio às construções modernas.
The Crane – Guindaste
Chamando a atenção nas margens do Rio Motława, o Guindaste é cartão postal de Gdansk e uma das marcas registradas da cidade, desde o século XIV.
Esse antigo guindaste portuário era responsável por carregar e descarregar mercadorias dos navios. Para a época, tinha um sistema de funcionamento muito inovador e possibilitava que poucos homens erguessem algumas toneladas. É considerado o maior guindaste da Europa Medieval.
Foi reconstruído após a Segunda Guerra e passou a ser uma das filiais do Museu Marítimo Polonês. Hoje em dia tem algumas com exposições interativas, como a que mostra o trabalho e vida portuária entre os séculos XVI e XVIII.
Carrossel – Karuzela Gdańska
Esse carrossel retrô é um charme à parte na beira do rio. Crianças e adultos ficam igualmente encantados.
Ele fica a uma curta caminhada do Guindaste e da ponte para a Ilha Granary. Um giro de 3 minutos custam 10 zł.
Filarmônica Báltica Polaca
Um grande edifício neogótico de tijolos vermelhos, às margens do rio Motława, abriga a Filarmônica Báltica Polaca.
O prédio era da usina termoelétrica da cidade, construído ao final do século XIX. A usina funcionou até 1996, quando foi oficialmente fechada. Hoje, a Filarmônica oferece uma série de shows, que podem ter os ingressos adquiridos na bilheteria do prédio.
Roda Gigante Panorâmica de Gdańsk
A roda gigante, que segue o estilo da famosa London Eye, se tornou uma das principais atrações de Gdansk, desde a sua inauguração em 2014. Ela, juntamente com a placa do nome da cidade, dão o visual mais moderno à orla esquerda do rio. Principalmente à noite, quando iluminadas.
O ticket regular para uma volta na roda gigante custa 30 zł. Mas tem até uma opção VIP, em que servem prosecco em uma cabine especial com piso de vidro, que chega a custar 300 zł.
A roda gigante fica na Ilha Ołowianka, ao lado do edifício da Filarmônica.
Museu da Segunda Guerra Mundial
O Museu da Segunda Guerra Mundial foi inaugurado em 2017, na Praça Władysław Bartoszewski, próximo à orla do rio Motława.
É um dos grandes motivos (juntamente com a Península de Westerplatte) pelos quais os amantes de história visitam Gdansk.
Confira o post completo sobre o Museu da Segunda Guerra Mundial.
Nada mais justo que Gdansk, o epicentro da Segunda Guerra e uma cidade fortemente ligada à vários outros acontecimentos mundiais, sediasse um Museu para contar em detalhes tudo que a Polônia e a cidade em si passou com tais conflitos.
Em resumo, é um dos museus mais interessantes que já visitei, especialmente por ter uma cronologia completíssima, que vai desde o final da Primeira e da Segunda Guerra até o final do Regime Soviético.
As exposições são muito interativas, com vários depoimentos impactantes de quem viveu a resistência polonesa e a Polônia pós Guerra.
Reserve, pelo menos, 4 horas do seu dia, para poder ver tudo com calma. Também indico usar o áudio guia (em inglês), que contextualiza ainda mais as exposições.
Às terças-feiras a entrada do museu é gratuita. Confira os valores dos tickets e horários de funcionamento no site oficial.
Westerplatte
Westerplatte é uma península de Gdansk, localizada na costa do Mar Báltico.
Antes de ser palco da batalha que deu início à Segunda Guerra Mundial, era um local famoso entre banhistas. Até que, em 1925, começou a abrigar um depósito de munições, fortificações e centenas de fuzileiros navais.
A primeira batalha da Segunda Guerra Mundial foi travada entre os alemães e poloneses, durante a invasão alemã à Polônia. Os ataques começaram no início de setembro de 1939 e os soldados resistiram cerca de 7 dias.
O exército polonês em Westerplatte foi de grande importância para o país, já que ajudaram a manter os ataques das forças inimigas longe do resto da costa.
Hoje em dia, além das ruínas do pós guerra, você também encontrará o Monumento dos Defensores da Costa, o Memorial aos Soldados Caídos e o Museu Westerplatte.
Existe a opção de visitar a península de Westerplatte em um cruzeiro em um barco que simula embarcações antigas, que é super interessante. Confira mais informações e reserve aqui.
Também existe, inclusive, um filme polono-lituano sobre esse conflito, chamado “Tajemnica Westerplatte”, dirigido por Pawel Chochlew.
Centro Europeu de Solidariedade
O Centro Europeu de Solidariedade é um museu moderno de Gdansk, inaugurado em 2007. Conta com exposições em torno do movimento sindical chamado “Solidariedade”.
Em resumo, esse movimento surgiu com greves no Estaleiro de Gdansk no início dos anos 80, com resistências civis pacíficas que tinham o intuito de mudar a política do país, indo contra o regime do governo socialista.
O governo até tentou acabar com esse sindicato, mas se deu por vencido quando começou a negociar com eles. Depois de um tempo, o governo finalmente começou a enfraquecer. Dessa maneira, nas eleições dos anos 90, o líder do “Solidariedade”, Lech Walesa, foi eleito o novo presidente da Polônia, mudando a realidade do país.
A influência para a queda do regime soviético fez esse movimento ser muito importante, não só para a Polônia, como também para outros países europeus.
Não é à toa que, em 2016, o Centro ganhou o “Prêmio Museu” do Conselho da Europa (a mais antiga instituição europeia). O Prêmio homenageia fundações que prezam e desenvolvem atividades importantes para a identidade e história do continente.
No Centro Europeu de Solidariedade você pode conferir exposições voltadas para a liberdade, democracia e solidariedade. Depois, visite a Praça da Solidariedade, famosa pelo monumento em memória aos trabalhadores do Estaleiro que foram assassinados durante a época do movimento.
Forum Gdańsk – Shopping
A última dica é diferente. Eu não sou a pessoa que costuma indicar Shopping, mas achei que o Forum Gdansk merece um destaque.
O Forum é um espaço urbano moderno, com diversas lojas de departamento, cafés, restaurantes. Inclusive com várias opções de restaurantes de comida polonesa no estilo self-service, que é ideal para experimentar um pouco de cada uma das delícias da região.
Mas duas coisas essenciais que me chamaram a atenção: a primeira é a arquitetura, que incorpora elementos da cidade, como as estatuetas de leões, que é o animal símbolo de Gdansk. A segunda é o terraço aberto, que você consegue ter uma vista sensacional e super diferente da cidade antiga. Vale a pena!
Pronto para conhecer mais a fundo a espetacular Gdansk?
Espero ter ajudado no seu planejamento para que curta, assim como eu, um dos melhores destinos da Polônia.
Lembre-se que o Seguro de Viagem é obrigatório na Polônia, pois faz parte do Acordo de Schengen. Você pode encontrar os melhores preços, e com desconto, usando o buscador da Seguros Promo.
Por último mas não menos importante, me conte nos comentários caso viaje para lá!
5 comentários
ÓTIMO post, bem escrito e com detalhes! Estou nesta cidade após conhecer Cracóvia, Wroclaw e Poznan. Esta, sem dúvida , perfeita em beleza , gastronomia para quem se delicia com peixes pois é uma cidade portuária e turismo.
Olá Adriana, obrigada pelo comentário.
Que legal que você está em viagem na Polônia, aproveite bastante nessa maravilha de cidade!
Oi Adriana, que legal! Como foi conhecer Gdansk?
Abraços!
Olá Marjorie! Parabéns pelo post, estou planejando conhecer a Polônia e em especial essa cidade.
Muito obrigado pelas ricas informações dessa cidade.
Joel
Olá Joel, tudo bem?
Obrigada! Fico feliz em ter ajudado com o planejamento da sua viagem. Gdansk é muito legal, você vai curtir muito!
Abraços