Berlim Alternativa: 10 lugares diferentes para conhecer na capital da Alemanha

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Berlim é uma cidade alternativa e cheia de lugares fora da rota batida dos guias turísticos para serem explorados.

A capital da Alemanha é uma cidade cosmopolita, que mistura modernidade, história e cultura de um jeito único. Os berlinenses até brincam que “Berlim não é Alemanha“.

Por suas particularidades, Berlim é um destino 8 ou 80. Ou amam, ou não curtem. Eu sou do grupo das pessoas que amam e, por isso, já retornei algumas vezes para a cidade. Nessas idas e vindas, fui descobrindo alguns pedacinhos da cidade que quase não são visitados, mas que valem a pena serem adicionados a um roteiro por lá.

Dessa forma, se você quiser conhecer um pouco do lado B da capital alemã, já salva aí essa lista com 10 coisas diferentes para se fazer em Berlim.

De antemão, uma dica para facilitar os seus rolês na cidade é adquirir o Berlin Welcome Card, que permite o uso ilimitado do transporte público, além de outros benefícios que vão te poupar bastante tempo e dinheiro.

Vídeo de Viagem pela Berlim Alternativa

Confira um pouco do que fiz na minha última viagem à capital da Alemanha, já que aqui mostro alguns dos pontos da Berlim Alternativa e o Lado B da cidade.

Berlim Alternativa: O que Fazer

Fazer um Tour de Street Art

A arte de rua é um dos principais motivos que fazem Berlim ser uma cidade cool e descolada. Tanto é que Berlim foi elegida pela UNESCO como a Cidade do Design, em 2006.

Essa forma de expressão cultural, com muita personalidade e originalidade, é tão abundante que fica fácil encontrar vários exemplos em cada cantinho da cidade. Mas primeiramente, é bom saber que esse movimento artístico começou no Muro de Berlim.

Nesse meio tempo, suas longas paredes foram a tela ideal que os artistas das mais diversas nacionalidades, presos na Berlim Ocidental, encontraram para expressarem suas opiniões e descontentamentos por meio do grafite.

Contudo, com a queda do Muro Berlim no final de 1989, a Street Art continuou fazendo parte da realidade da cidade.

East Side Gallery

Posteriormente, surgiu ali uma das principais atrações da capital: a East Side Gallery, uma galeria a céu aberto na qual artistas preencheram as partes vazias do lado leste do Muro de Berlim com a sua arte. Ela fica na região de Friedrichshain, conhecida pela sua atmosfera alternativa e por ser um dos melhores locais para admirar a arte berlinense.

Logo, recomendo que faça um Tour Grátis para aprender mais sobre o Muro e a Guerra Fria. Assim você entenderá melhor como era a vida na Berlim dividida.

Além desta galeria, do espaço Urban Spree e do Museu de Arte de Rua inaugurado em 2017, por exemplo, você também encontrará muitos murais super interessantes espalhados por todo canto da cidade. Então basta ficar atento ao seu redor.

Os murais mais conhecidos e que não podem ficar fora do seu roteiro são: “O Cosmonauta” (na Mariannenstrasse), “Homem Amarelo” (na Schlesisches Tor) e “Animais Mortos” (na Oranienstraße).

Por fim, caso você realmente queira entender a fundo sobre o desenvolvimento da arte urbana na cidade e descobrir os locais mais inexplorados, sugiro que faça este Tour da Berlim Alternativa.

Spandau e Citadela

Se você for usuário do sistema de transporte público de Berlim, provavelmente vai ouvir “Spandau” ser enunciado pela voz dos trens como o final da linha S9. Em outras palavras, foi essa curiosidade do que teria nos confins de cidade que me motivou a conhecer esse bairro. E que bela surpresa tive!

Spandau é um dos maiores e mais antigos bairros de Berlim. É uma região calma, que te faz se sentir em uma cidadezinha alemã e não mais no agito da capital.

Ou seja, tem uma vibe gostosinha que vem das suas antigas ruas pedonais, construções baixas de enxaimel cercadas por parques, construções góticas e o bonito rio Havel cortando tudo.

Assim como o seu importante lado histórico, Spandau também abriga um centro industrial e muita modernidade. O melhor exemplo disso é o conjunto habitacional Großsiedlung Siemensstadt, declarado Patrimônio Mundial da UNESCO em 2008.

Por outro lado, a maior representação da parte histórica da região é a Zitadelle Spandau (Citadela de Spandau): uma fortaleza construída no século XVI, às margens do rio Havel, que protegia a cidadela amuralhada (que atualmente é um bairro).

Essa fortaleza renascentista defensiva e militar é uma referência cultural em Berlim e uma das mais bem preservadas de toda a Europa.

Também é, com toda a certeza, o principal atrativo para os turistas desde 1986. Já nos dias de hoje, a Citadela abriga um museu, com diversas exposições, festivais e torres fortificadas abertas para visitação, que oferecem um visual muito bacana do entorno.

Treptower Park

Inaugurado em 1888, o Treptower Park está localizado no Alt-Treptow, uma das subdivisões do bairro Köpenick. Apesar deste parque (rico em uma área verde quilométrica, monumentos e história) ser um dos pontos mais interessantes existentes em Berlim, ele está, na maioria das vezes, fora dos guias turísticos.

Desse modo, também por estar mais afastado da região central, o Treptower fica sempre bem vazio. Contudo, acho uma experiência imperdível na cidade, principalmente a visita a um dos três Memoriais Soviéticos de Guerra de Berlim, construído 4 anos após a Segunda Guerra Mundial.

Logo na entrada do Treptower Park você já encontra um arco do triunfo. Mais a frente, a primeira estátua que você verá será a de uma mulher triste, chamada de “Pátria Mãe”. Ela representa o sofrimento da pátria pelos soldados que morreram nos conflitos e guerras.

Todavia, o principal elemento que compõe este grandioso Memorial é a estátua gigantesca de um soldado soviético em cima de uma suástica destruída pela sua espada, referenciando a derrota do nazismo. O mais doido é que, além de tudo, ele também está segurando uma criança alemã em um braço.

Por fim, na base da estátua também há um mausoléu em homenagem aos soldados do Exército Vermelho que morreram durante a Batalha de Berlim, que curiosamente também foram sepultados por lá.

Ao longo do Parque há várias outras esculturas e estátuas, como exemplo as de elementos comunistas que fazem referência a trabalhadores, circundadas pelos 16 blocos de pedra branca que representam as antigas repúblicas da União Soviética.

Observatório Archenhold e Insel der Jungend

A grandiosidade do Treptower realmente não deixa a desejar, já que também tem um telescópio refrator móvel (mais longo do mundo) no Observatório Archenhold e passeios de barco até uma ilhota próxima, a Insel der Jugend.

Mercado de Pulgas do Mauerpark

O Mauerpark faz parte da área onde funcionava o antigo terminal ferroviário Nordbahnhof, fechado após a construção do Muro de Berlim. Localizado no distrito de Prenzlauer Berg, ele fez fronteira com o Muro até a sua queda em 1989, quando sua extensa área verde finalmente se transformou em um parque público.

Contudo, um dos motivos pela fama e visitação desse parque nos dias de hoje é o Mercado das Pulgas que acontece por lá. 

Eventualmente, o Mercado do Mauerpark se tornou uma das principais atrações alternativas de Berlim e fica bastante movimentado, tanto de turistas quanto de berlinenses. Funciona entre 8h da manhã e 18h da tarde, apenas aos domingos. 

Em resumo, por lá você encontra uma grande variedade de arte de rua e de comércio nas barraquinhas, que vendem roupas, souvenirs, móveis e acessórios. Enfim, você encontra de tudo, até mesmo cafés e restaurantes da região, que são as paradas de um fim de passeio no Mercado.

Em algumas tardes de domingo, inclusive, acontecem sessões de karaokê no anfiteatro do Mauerpark, que atrai muita gente talentosa ou que só quer se divertir.

Teufelsberg

Teufelsberg, ou Montanha do Diabo, é um complexo conhecido por estar na colina artificial mais alta da Berlim Ocidental, localizada no parque florestal Grunewald. A floresta desse parque foi usada, inclusive, para as gravações de “Dark“, uma série da Netflix.

Antes de tudo, é bom saber que a sua história se inicia quando uma escola técnica e militar nazista foi construída no local. Porém, ela acabou por ser soterrada com escombros de Berlim depois da II Guerra. Assim, foi formada a maior colina artificial da cidade.

Após anos de acúmulo de entulho no local, Teufelsberg passou a abrigar, durante a Guerra Fria, uma torre de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, que usava as enormes cúpulas de radares para captar sinais e vigiar a Berlim Oriental e USSR.

Com a queda do Muro, a estação da NSA foi fechada. Apesar da oportunidade econômica que Teufelsberg representava para a Alemanha reunificada nos anos 90 (podendo sediar museus, por exemplo), não foi bem o que aconteceu. Virou um local abandonado.

Em contrapartida, alguns artistas começaram a se encontrar por lá e passaram a grafitar o prédio destruído e abandonado da torre. Desse modo, o novo proprietário da Montanha do Diabo (que se tornou uma propriedade privada), abriu as portas para os turistas conhecerem o que veio a ser uma das galerias de arte mais visitadas de Berlim.

Além disso, você tem de brinde a vista privilegiada no topo da colina, no mirante mais alto da cidade, de onde é possível ver quase toda a cidade de Berlim.

Aqui no blog tem um post completo e mais detalhado sobre o Teufelserg, confira!

Como Visitar o Teufelsberg

Você pode visitar o local de forma independente, fazendo o percurso de transporte público até a estação de S-Bahn da Heerstrasse. Daí para frente, é uma caminhada de um pouco mais de 2km por dentro do agradável parque de Grunewald.

Portanto, confira os planos do Viaje Conectado, visto que com um um chip de viagem fica ainda mais fácil buscar tais rotas em tempo real no seu celular.

Por fim, a entrada para o Teufelsberg custa €8, e é pedida uma outra taxa caso queira tirar fotos profissionais por lá.

Ademais, para quem quiser otimizar o tempo da visita, tem também a opção de reservar um tour guiado por Teufelsberg, que já tem o transporte em uma minivan incluso, deixando no portão de entrada da galeria. Com o tour, você também aprenderá mais a fundo sobre o antigo centro de espionagem e a arte que o preenche hoje em dia.

Köpenick

Em resumo, Köpenick é um conjunto de 9 zonas subdivididas e atualmente interligadas com o bairro Treptow. Sua extensão é uma das maiores e mais bonitas de Berlim (ainda mais por estar localizada no encontro dos rios Dahme e Spree).

Tem uma longa história como cidade independente, só sendo incorporada à Berlim como um dos seus bairros no ano de 1920, em virtude da Lei da Grande Berlim, que tinha como objetivo expandir a capital alemã.

A área florestal de Köpenick, com seus diversos parques, canais e lagos (especialmente o de Müggelsee), são os principais fatores que atraem os visitantes. Além disso, também é um lugar onde muitos berlinenses têm casas de veraneio, à beira do lago.

Por lá você também encontra o Alt-Köpenick, um centro antigo com diversos edifícios que fazem referência ao século XVIII. Bem como o icônico Palácio Köpenick construído em 1558, rodeado por um belo jardim nas margens do Rio Dahme.

Neue Heimat

O Neue Heimat é um dos lugares mais modernos da cidade, inaugurado por volta de 2015 em uma área industrial em Friedrichshain, bem perto da famosa East Side Gallery (a parte mais preservada e grafitada do antigo Muro de Berlim). Ele fica em um dos armazéns abandonados da região.

O local se transformou em uma espécie de mercado de pulgas, com áreas externas e outras dentro dos antigos armazéns. Ou seja, por lá se encontra de tudo: desde o tradicional curry wurst, até opções veganas e gastronomia internacional, sem contar nos trabalhos de artistas locais.

Também há food trucks do Village Market, um evento que acontece na parte da manhã de todo domingo por lá.

Além disso, sempre está rolando algum evento com música ao vivo, cinema ao ar livre ou apresentações teatrais no Neue Heimat. O endereço é Revaler Strasse 99, Berlin.

Canal Landwehr – Landwehrkanal

Inaugurado em 1850, o Canal Landwehr se inicia em Friedrichshain, passando por Kreuzberg e pelo Tiergarten. Por fim, ele deságua novamente no Rio Spree em frente ao Flea Market, que fica em Charlottenburg.

Por fluir por grande parte da cidade, é bom saber que o Landwehr começa na região da Rua Schleusenufer, pertinho do Treptower Park. Dessa forma, se você pegou a dica de visitar o Treptower, já pode aproveitar para passar no Canal logo depois.

Parte da sua extensão pode ser vista da Ponte Schlesische Brücke, que você pode adicionar no seu roteiro caso decida caminhar pelas margens do Canal. 

Caso queira conhecer o canal e uma parte de Berlim de um ângulo diferente, considere reservar um passeio de barco, em um cruzeiro de 3 horas e meia de duração, que percorre o Landwehrkanal e o Rio Spree. Esse passeio ainda inclui áudio guia em português!

Às margens do canal, você vai observar o movimento das famílias e visitantes que caminham por ali e aproveitam dos parques, cafés e restaurantes da região. Você poderá ver, aliás, edifícios de diferentes fases arquitetônicas de Berlim, desde exemplares modernistas, até mesmo a construção barroca do Palácio de Charlottenburg.

Outro ponto imperdível mas pouco visitado por lá é o Nowkoelln Flowmarkt, uma feirinha de antiguidades e quinquilharias que fica nas margens do Canal, mais precisamente na rua Maybachufer. Acontece a cada 2 semanas e também tem exposições de arte e música.

Além disso, também sugiro que faça um programa típico e indicado por 9 a cada 10 berlinenses: compre uma cerveja após conhecer a extensão do Canal e relaxe no Tiergarten!

Tempelhof

Tempelhof foi o primeiro aeroporto de Berlim. Foi construído em 1923, em uma localização central na cidade. Na época, com a ascensão do nazismo e com Hitler no poder, o projeto era transformar a cidade na capital do novo Reich da Alemanha nazista.

Como resultado, ele queria que o Tempelhof fosse a porta de entrada para a Europa. Assim, esse foi considerado a “mãe de todos os aeroportos”, ou seja, um dos mais importantes da época da Segunda Guerra. Tem, inclusive, uma arquitetura do período entre guerras bem visível até hoje.

No final da Segunda Guerra, quando Berlim foi tomada pela União Soviética, os soldados ocuparam o aeroporto Tempelhof. Ainda em 1945, com o Acordo de Potsdam (que dividiu a cidade em 4 partes entre os Aliados) determinou-se que o aeroporto passaria para o comando dos Estados Unidos.

Durante a Guerra Fria, o local era praticamente o único de fácil acesso para que as tropas americanas aterrissarem com suprimentos para abastecer a Berlim Ocidental. Esse movimento se deu pelo fato da URSS ter impedido o acesso à cidade por rotas terrestres e fluviais.

O Parque do Tempelhof

Com a unificação da Alemanha, o aeroporto foi desativado e todos os voos foram concentrados nos aeroportos de Tegel e Schönefeld.

Após uma intensa reparação, Tempelhof foi reaberto em 2010. Mas não como aeroporto e sim como o maior parque urbano de Berlim. Além disso, é também um dos maiores parques do mundo!

O pessoal aproveita muito a extensão das pistas de pouso do antigo aeroporto para andar de bicicleta, skate e praticar vários outros esportes. Quando o verão começa a chegar, famílias e grupos de amigos também se juntam nos gramados que ficam nos arredores verdes de Tempelhof para fazer piqueniques e churrasco ao ar livre.

Não é à toa que é um dos locais de lazer preferidos dos berlinenses!

Parlamento das Árvores – Parliament of Trees

Construído no final dos anos 90, o Parlamento das Árvores Contra a Guerra e a Violência está localizado nas margens do Rio Spree, do lado oposto ao Palácio Reichstag.

O Parlamento, criado pelo artista polonês Ben Wagin, é um memorial às vítimas do período em que o Muro de Berlim ainda estava de pé.

Seus nomes estão inscritos em pedras e placas de granito. Ademais, para incrementar a exposição do local o artista também coletou fotos, pinturas, relatos e outros objetos que remetem à tal época.

A marca registrada desse ponto são as 16 árvores plantadas para representar os 16 estados federados da Alemanha. É daí que certamente vem o nome “Parlamento das Árvores”.

É um local bem diferente dos outros da lista e bem escondidinho, mesmo estando ao lado dos monumentos mais visitados de Berlim.

Playlist de Música Alemã

Confira a minha playlist com músicas para embalar a sua viagem para a Alemanha e já treinar os seus “Danke” e “Auf wiedersehn”.

Partiu conhecer a Berlim alternativa?

Não tenho dúvidas que você vai curtir muito esses pontos turísticos de Berlim, ainda mais por serem referência em história e arte, com muita originalidade. Além disso, representam bem a alma berlinense.

Acima de tudo, espero ter ajudado no seu planejamento para que possa adicionar pelo menos 1 desses 10 pontos no seu roteiro pela capital.

Por fim, fique à vontade para compartilhar sua experiência nos comentários, ficarei curiosa para ver se curtiu esse lado B de Berlim tanto quanto eu.

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Confira mais destinos da Alemanha aqui no blog.